Aviso: O conteúdo aqui apresentado tem uma finalidade exclusivamente informativa sobre um tipo específico de jogo e como jogá-lo. O objetivo deste conteúdo não é nem promover nem disponibilizar um tipo de jogo, mas simplesmente informar o jogador acerca de como jogá-lo.
As mulheres são, ainda, uma clara minoria no poker. A organização de empoderamento feminino Poker Power estima que apenas 4% dos jogadores de poker são mulheres! Mas há algumas que colocaram o seu nome nas bocas do mundo.
E é precisamente às mulheres que vamos dedicar este artigo, mencionando algumas das mais famosas no mundo do poker – no passado e no presente – e as lições que nos ensinam.
Índice
Estrelas da Velha Guarda
1. Jennifer Tilly: Não se Deixe Enganar!
Sem dúvida, uma das caras femininas mais conhecidas do poker, Jennifer Tilly continua a estar no topo da lista de mulheres mais famosas do jogo. Ela era uma das poucas mulheres a jogar os limites mais altos do poker transmitido na TV nos bons velhos tempos do poker boom.
Mas não se deixe enganar! Jennifer Tilly percebe muito mais deste jogo do que parece e a sua postura descontraída nas mesas faz parte do plano.
A atriz nomeada para um Óscar em 1995 tem mais de um milhão de dólares em prémios nos torneios ao vivo. Sim, sete dígitos! E neste número estão sete (o número da sorte?) primeiros lugares. Ela não é artista de um só êxito!
O seu prémio mais sonante num torneio ao vivo foi de $158.000. Impressionante, mas nem perto do total que já ganhou. E o que isto sugere é uma consistência bastante interessante por parte da jogadora.
Por isso, ignore o vestido e mantenha os olhos postos no baralho. Jennifer Tilly usa a sua personalidade para arrecadar dinheiro nas mesas.
2. Liv Boeree: Há um Mundo Para Além do Poker
Outro grande nome de uma geração anterior de jogadores de poker é Liv Boeree. A ex-profissional de poker tem quase 4 milhões de dólares em prémios nos torneios ao vivo e colocou o seu nome na lista dos verdadeiros tubarões do poker (e não esquecer que foi considerada a melhor jogadora de poker do Mundo entre 2014 e 2016).
Ela é co-fundadora da organização sem fins lucrativos ‘Raising for Effective Giving (REG)’ em conjunto com o seu namorado e também jogador profissional de poker, Igor Kurganov. A empresa ajuda a identificar e arrecadar dinheiro para as instituições de caridade de maior impacto global.
Mas aquilo que muitos não sabem sobre Liv é que ela é licenciada em astrofísica! Ela começou a jogar poker para pagar as suas dívidas de estudante. E apesar de se ter retirado do poker em 2018, está muito forte no mundo da ciência.
Liv tem o seu próprio canal de YouTube dedicado a responder a perguntas sobre o universo (ex.: Porque São as Teorias da Conspiração tão Apelativas? e Como Funcionam os Escorregas Aquáticos?)
A sua habilidade e à vontade em frente às câmaras também lhe garantiram presença em grandes canais como o Discovery Channel e o National Geographic.
Liv Boeree utilizou o poker para lançar a sua carreira até ao infinito e mais além, lembrando-nos de que há um grande mundo fora dos panos.
3. Maria Ho: Escolha os Seus Spots Corretamente
Nenhuma lista de jogadoras de poker estaria completa sem mencionar Maria Ho. Ela é uma das poucas que tem destaque tanto nas gerações anteriores como nas atuais, com mais de quatro milhões de dólares em prémios.
Maria é única porque continua a jogar poker regularmente como profissional a tempo inteiro e garante que mantém os seus fãs a par de tudo através das suas páginas no Instagram e Facebook. Ela também passa muito tempo a apresentar shows de poker e a fazer comentários nos mesmos.
A mão que mais controvérsia gerou à volta de Maria Ho teve lugar em 2017 na mesa final das World Series of Poker Europe. Doug Polk analisou, inclusivamente, a mão o que a tornou ainda mais famosa.
Num pote four-way com uma 3-bet pré-flop à mistura, Maria acertou um set de 10 no flop J♥️7♥️T♥️ e – SPOILERS – fez fold!
Mas em entrevistas após a mesa final, Maria não disse que estava convencida de que estava atrás. Ela sabia que os seus adversários poderiam ter uma mão como 9-8, valetes ou um flush, mas essa não era a sua principal preocupação.
O seu principal receio era que, mesmo que estivesse contra uma mão como AK – que era precisamente aquilo que o seu adversário tinha – estaria a colocar o seu torneio em risco. Com uma stack relativamente grande de 50 big blinds num spot de alta variância, a sua equity seria de cerca de 60/40.
E ela não estava enganada... a sua mão tinha 63% de probabilidade de ganhar.
Numa decisão que demonstra uma enorme disciplina, Maria chocou a comunidade do poker ao fazer fold a uma mão que sabia, provavelmente, ser a melhor. Ela não quis colocar todo o seu torneio dependente do baralho.
Na altura, Maria Ho decidiu esperar por uma melhor situação e combinou o poker com uma habilidade muito importante: a paciência.
Estrelas do Poker Contemporâneo
1. Jennifer Shahade: Pensamento Estratégico
Muitas vezes, o mundo exterior estigmatiza o poker e não o considera o desporto mental que todos sabemos que o poker é. Jennifer Shahade é uma das mulheres que pretendem alterar essa percepção e fazer com que as pessoas comecem a ver o poker como veem o xadrez.
- Ela foi, por duas vezes, campeã do U.S. Women’s Chess Championship, é autora do livro Chess Queens e uma Grande Mestra do xadrez.
- Para além disso, Jennifer também joga poker.
- Ela é uma embaixadora do jogo e faz parte da direção da Poker Power. Esta organização dedica-se a ensinar habilidades necessárias no mundo dos negócios através de habilidades no poker.
A liderança de Jennifer está a transformar a forma como o público vê o poker, começando a aceitá-lo como um jogo de estratégia em vez de um jogo de sorte e azar como é, ainda, classificado em grande parte do mundo.
2. Nadya Magnus: Generosidade
O nome Nadya Magnus talvez diga alguma coisa aos veteranos do poker. Ela marcou presença no famoso The Big Game, um programa televisivo dedicado ao poker um pouco diferente do normal: a premissa era colocar um amador a jogar numa mesa carregada de profissionais.
Esse amador era sempre denominado por “loose cannon” e uma das caras mais famosas entre os “loose cannons” desse programa foi, precisamente, Nadya Magnus.
Dez anos depois, ela ganhou o prémio de Jogadora do Ano da Global Poker Index. A vitória fez dela a jogadora de poker mais bem classificada do mundo em 2021.
My chocolate trophy tuned into a real one last night. Dreams can come true…. pic.twitter.com/JXWL5m5IfV
— Nadya Magnus (@NadyaKGB) February 19, 2022
Mas aquilo que é extraordinário sobre Nadya não é apenas a sua ascenção de estudante a professora, mas também a sua generosidade. Ela foi anfitriã de uma grande variedade de sorteios na sua conta pessoal do Twitter que envolviam pagar buy-ins em eventos de $5.000 e $10.000 a mulheres, sem qualquer compromisso. Sem staking ou backing envolvidos.
Ela nutre um desejo puro de ver mulheres terem sucesso no poker e, para isso, coloca-as a jogar em grandes eventos. Tal como lhe foi dada uma oportunidade similar na televisão, aquando do Big Game.
Here is the puzzle to win @WynnPoker Millions Main Event $10K seat. FIRST correct eligible answer will win a seat. Don’t forget to attach your @TheHendonMob profile link to your answer. Best of luck! pic.twitter.com/lftHMTEFms
— Nadya Magnus (@NadyaKGB) February 24, 2022
Desde que Nadya deu início a estas doações de grandes buy-ins, outros operadores de poker e embaixadores começaram a fazer o mesmo.
A sua generosidade é inspiradora e contagiante. Esperemos ver mais iniciativas como estas no futuro.
3. Maria Konnikova: O Poder de Decisão
Maria Konnikova chamou a atenção da grande imprensa quando assumiu a escrita do seu livro, The Biggest Bluff. A autora, que tem um doutoramento em psicologia, escreveu anteriormente para vários meios de comunicação antes de optar por explorar o mundo do poker. Ela treinou com o lendário Eric Seidel e teve tanto sucesso que acabou mesmo por se dedicar profissionalmente ao poker.
Caso leia o seu livro, uma das principais distinções é o poder de tomada de decisão. Maria explora como a sorte tem um papel na nossa própria vida no sentido que, ao tomar as decisões certas, criamos a nossa própria sorte.
O seu livro estuda aquilo que podemos e não podemos controlar. Ela ensina-nos a tirar o melhor partido possível das cartas que recebemos na vida e vive pelo exemplo que dá.
